Boa Vista SCPC estreia na B3.
Em uma cerimônia virtual, na manhã desta quarta-feira (30/9), a Boa Vista inaugurou a sua oferta pública inicial de ações (IPO) e deu início à negociação de suas ações no segmento Novo Mercado com o ticker BOAS3.
O evento foi acompanhado por Gilson Finkelsztain, presidente da B3, Dirceu Gardel, presidente da Boa Vista, Alfredo Cotait, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Facesp, e Luiz Francisco Novelli Viana, fundador e presidente da TMG e presidente do comitê executivo da Boa Vista.
A Boa Vista chega à bolsa com uma oferta primária de 83,3 milhões de ações e emissão secundária de 71,3 milhões de ações. Ainda pode ser oferecido um lote de ações suplementar de até 15% do total de ações (primário + secundário), ou seja, um lote de 23,2 milhões de ações, se houver forte demanda.
Considerando o preço da ação no centro da faixa indicativa (R$ 12,20) da oferta base, a empresa levantará R$ 955,5 milhões em recursos líquidos. Deste total, 94% serão destinados para aquisições e 6% para novas iniciativas. A oferta secundária será realizada apenas pelos dois maiores sócios: ACSP e TMG. Em caso de diluição máxima, a maior acionista individual (ACSP) será diluída de 51,96% para 28,06%.
Num resgate histórico, Cotait recordou que a companhia foi estruturada sobre as bases de um serviço de mais de 60 anos, o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
“A ACSP investiu em tecnologia e sistemas criando um banco de dados amplo e moderno que em 2010 foi transformado em empresa, a Boa Vista”, diz.
A Boa Vista é a primeira empresa do setor de análise de crédito a abrir o capital no país. Nas palavras de Finkelsztain, a companhia com mais de 60 anos evoluiu a partir de um serviço tradicional de proteção de crédito no mercado e hoje estrutura informação com conteúdo analítico, trabalha em scores de crédito, algoritimo e está próximo de seus clientes na tomada de decisão.
São mais de 20 mil clientes ativos - fintechs, instituições financeiras e grupos varejistas - com registro de mais de 200 milhões de pessoas físicas e 40 milhões jurídicas.
O movimento acontece após a entrada em vigor da reforma do cadastro positivo - sistema que contém histórico de crédito que dá aos tomadores adimplentes a chance de obter novos empréstimos mais baratos.
A Boa Vista pediu registro para oferta inicial de ações no começo de março, mas suspendeu o pedido logo depois, à medida que a pandemia do novo coronavírus afetou os mercados. No entanto, o crescimento acelerado das consultas ao cadastro positivo fez a companhia reconsiderar.
FONTE: Por Mariana Missiaggia / Diário do Comércio (Jornal das Associação Comerciais do Estado de São Paulo)